ConjunturaEconomica

A estratégia política do PAC

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"[...] Como observa o economista Enéas de Souza, da Fundação de Economia e Estatística da Secretaria da Coordenação e Planejamento do Governo do Estado do Rio Grande do Sul (FEE), o governo Lula passou quatro anos sob o cerco financeiro herdado da gestão anterior. Para não melindrar os gestores de fundos que mexem as cordas do mercado financeiro, abriu mão de conduzir a Política Econômica, deixando-a assentada em sono profundo no tripé das metas de inflação, câmbio flutuante e superávit primário elevado.

O cerco financeiro tem uma ponta amarrada na administração da dívida pública mobiliária. O governo federal não consegue saldar seus compromissos com o que arrecada e precisa vender títulos públicos para cobrir a diferença. Com isso, a dívida aumenta. Elevando, também, o custo de sua rolagem. Para conter essa expansão, o governo aperta o cinto do ajuste fiscal e passa a economizar mais de 10% do que arrecada, visando a redução do seu passivo. A economia estatal compromete os investimentos públicos na infra-estrutura do país. O aperto inibe os investimentos privados, que preferem aplicar seu capital na acumulação financeira de baixo risco e alta rentabilidade dos títulos públicos. Fecha-se a primeira volta do arame.

Sem investimentos, a oferta de bens não aumenta. Sem aumento da oferta, a inflação fica pressionada pelo risco de um surto de demanda. Para desestimular o consumo, que pode despertar a inflação, o Banco Central mantém os juros básicos da economia elevados. Com os juros elevados, o serviço da dívida aumenta e fica mais difícil amortiza-la sem apertar ainda mais o cinto do ajuste fiscal. É a segunda volta do cercado. Por causa desse circulo vicioso, o Banco Central não deixa o país crescer além de 3,5% ao ano, índice cabalístico que mantém a economia do país na corda bamba para evitar sobressaltos até que o saldo da dívida chegue a um patamar inferior a 40% de toda a renda acumulada pelo país ao longo de um ano, o Produto Interno Bruto (PIB).

Se o país não cresce mais do que isso, não gera empregos suficientes para reprimir suas demandas sociais. Sem conter as demandas sociais, não consegue estabilidade política duradoura, nem coesão social para mexer nas estruturas que travam nossa economia. Sem isso, o país não atrai investimentos produtivos e não desenvolve a economia do conhecimento. Fica para trás na corrida das economias emergentes. Condenado a mais cem anos de solidão. Preso às correntes do subdesenvolvimento, que não o deixam sair do estado de sítio imposto pela globalização do mercado financeiro. [...]"

Grupos privados negligenciam universalização de serviços

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Futuro da economia do Brasil 'é agora', diz Los Angeles Times

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